segunda-feira, 21 de dezembro de 2009

Biografia

Este memorial será uma forma de homenagear uma das pessoas mais importantes da minha vida, minha mãe.
Mãe, mulher,fortaleza, porto seguro: Antonia, ou melhor D. Antonia. Nasceu em Salvador , final da década de 30. Negra, pobre, filha de pais não-letrados, em uma família de quatro irmãos. Ainda muito cedo foi morar com a avó – Dona Idalina, tempo de felicidade, de carinho. Os anos passam, D. Idalina falece. A vida muda de ponta-cabeça, é obrigada a voltar para casa dos pais, depois de muitos anos, encontrando mais dois novos irmãos. Percebendo depois de um tempo, que a relação de família não mais existia. Ali era só mais um alguém para fazer as coisas, um “burro de carga” para os afazeres domésticos. Tinha um desejo de ir para Escola, mais isso era impossível não só pela forma que era tratada, mas tinha que cuidar da casa e de seus
irmãos, além de ajudar sua mãe nas “lavagens de ganho”.
O tempo passou , o desejo de aprender a ler era grande. Então aparece uma tia distante , que faz com que ela ingresse na Escola.
A entrada no mundo letrado vez toda diferença, seu mundo passou a ter um novo significado, e a vontade de concretizar seu sonhos ficaram mais latentes. Torna-se o destaque da turma, e ganha um livro por causas de suas notas, despertando , assim o gosto pela leitura. Com muita dificuldade consegue concluir seus estudos.
Na fase adulta , torna-se costureira de um atelier para tentar melhorar as finanças da família. È neste momento de sua vida que conhece Manoel, a grande paixão. Ele será o divisor de águas na vida dela, pois além de amá-la realiza todos os seus sonhos financeiros.
Dessa forma, a vida sofrida de D. Antonia tinha tomado um rumo novo. Casaram-se em 1964. No final do ano seguinte, nasce Renato, o primogênito. Tiveram ainda, mais três filhos: Silvana, Junior e Denize.
Depois de onze anos de cumplicidade, alegrias, mimos, etc; morando em Feira de Santana, o marido morre. A vida mais uma vez fica de "ponta cabeça". Viúva, quatros filhos pequenos para criar , mas isso já outra história, quem sabe um dia tome coragem e conte.


Silvana Guerra

Nenhum comentário:

Postar um comentário