segunda-feira, 21 de dezembro de 2009

Memorial Leitor

Ler é um exercício. Quando se gosta de ler, ler-se de tudo: livros, rótulos de detergentes, sacos de salgadinhos, recitas de bolos, poemas de amor ou de dor, notas de falecimentos. Tudo é devorado pelos olhos.
Silvana, leitora de tudo que vê não apareceu da noite para o dia; foi um aprendizado árduo, conquistado a cada dia.Nascida numa família de leitores. pai autodidata, aprendeu a ler sozinho, falava inglês. Mãe costureira, mas se comportava como uma professora, pois mesmo nas férias, a rotina da Escola era mantida - leitura de algum livro, cópia, tabuada, etc. Naquela época, achava uma grande tortura, porque o que mais queria era brincar de mãe da rua, picula, chuta-lata, castanha. Gostava também, de ouvir histórias de assombração.
Na Escola, momentos de saudade. O primeiro contato com as letras: "O sonho de Talita". Aos poucos, vai desvendando o emaranhado de letras, e despertando o gosto pela leitura. Até que na 3ª série, aos oito anos entra em contato com "O Pequeno Príncipe". O castelo de Letras ruiu, a leitura não era mais interessante. Nada naquele livro fazia sentido. Leitura passa a ser algo detestável. A exceção eram as HQs da Turma da Mônica. O tempo, tempo, tempo passou.
Na sexta série, "O Menino do Dedo Verde" aparece, e a identificação é imediata com a personagem Tistu. Aquele menino parecia real com problemas semelhantes. Ele não foi lido; foi devorado inúmeras vezes. Abrindo assim, as portas que tinham sido fechadas anos atrás. A partir deste dia, nasce uma leitora que não tem preferência por autor, mas gosta de livros bem escritos.

Silvana Guerra

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